domingo, 20 de dezembro de 2009

Um luta diferente

Como uma criança não programada que aparece, isso surgiu sem permissão. Apareceu sorrateiramente e cresceu furtivamente, contra minha vontade, sem controle, como um cavalo selvagem que corre em um campo. Com uma força de gigantes, rapidez de elfos, mágica de magos. Teve ajuda do yin e yang; do claro e do escuro; do anjo e do demônio. Nunca pedi que viesse a mim, nunca quis. Mas ficou tão bem acomodado que nem quero mais que vá embora, quero que ocupe mais espaço, mais tempo. Acabou fazendo tanto parte da construção do castelo de areia que sinto como se esquecesse de como faze-lo, ficando dependente de sua ajuda. Um vício, sim. Vício que me faz procurar no nada uma pérola preciosa, que insiste em tentar riscar um diamante com um palito de dente. Nêura em conversar sem usar palavras, sem ter contato. Sufoco com a tentação de respirar embaixo d’água. Lidar com isso é difícil, é bom,confortante, aconchegante; é ruim, doloroso; é necessário. Me faz sentir ni nada, nada e tudo, me faz sentir estranhamente feliz e triste. Como controlá-lo antes que isso me controle, me mate e me faça viver? Já lutei contra dragões, grifos, harpias, quimeras, mas isso é diferente de tdos os outros seres mágicos. Essa luta é mais séria, mais coisas estão em jogo, é mais divertida, e espero que não acabe tão cedo. Não estou lutando contra meu vício, mas com ele, juntos, sempre. Mas se tornaste tudo para mim, porque não posso ser tudo para ti? Por que devo lutar ao seu lado desse jeito? Injusto, é o que és. E o que mereço? No momento queria poder te encontrar, te dar um trapa na cara e um beijo na boca. Isso que surgiu em mim não é nada mais e nada menos do que você já sabe. Amor.

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