domingo, 6 de dezembro de 2009

Fronteiras

Fronteiras.
Lembro que isso foi um assunto que já tive que discutir em uma certa aprovação pela qual tive que passar na minha vida, não lembro exatamente qual, pois naquela época eram muitas, mas foi um tema que me veio à cabeça.
Estava pensando, assim como no mundo numérico existem elementos que simplismente são inventados por convensão para facilitar a vida (mesmo que acabem não facilitando para os novatos haha ) como por exemplo as unidades básicas ( metro, segundo, ampere, entre outros ) as fronteiras também não são nada mais do que algo inventado por alguém ou algum grupo a muito tempo para tentar facilitar a vida. Mas no fundo no fundo, ela não passa de um acordo bilateral: um lado propõe e o outro aceita ; isso, claro, nos casos "mais simples". E quero chamar a atenção para as aspas, que no contexto são realmente importantes, pois não quero dizer que, por envolver apenas duas partes é mais simples, menos complexo.
Há casos em que esse acordo é tornado tão complexo pelos lados que apesar de estarem de acordo não sabem mais qual é a fronteira, até onde A é A e B é B. É algo que fica meio obscuro. E essas barreiras sempre estão presentes em nosso dia-a-dia, disfarçada de outras coisas, como distância física, mental, social.
Vou dar um exemplo que não se encaixa completamente na idéia explicitada a pouco, mas que ainda vale ser declarada. Se estamos perdidos em um floresta, estamos apenas lá, e isso importa, não há mapas, bússulas, qualquer tecnologia está fora do alcance. Então você apenas segue seu instinto ou intuição, o que lhe agrada mais, e vai em algum caminho desconhecido. Sabe que a floresta não pertence apenas ao seu país e que deve estar atento quando entrar no território do vizinho. Mas você está em um nível, e em uma situação, que não permite que você veja aquela fronteira política que outros impuseram, então o que fazer? Você pode achar que está em B mas na verdade está em A.
Daí, você pára para pensar se vale mesmo a pena ficar pensando sobre esse problema menor em detrimento de aproveitar a bela mata, sentir a natureza, curtir a vida animal. Deixar de pensar se está em A ou B e simplismente saber que está em algum lugar bom ( para isso, claro, temos que supor que você é um amante da natureza...). O mesmo pensamento vale para relações sociais, por exemplo, ao invés de ficar taxando aqueles a sua volta como amigos, bons amigos, melhores amigos ( como nosso necessário orkut ) deríamos apenas pensar como é bom estar juntos deles. A final, há uma constituição das relações pessoais? Há uma regra clara que diga que uma pessoa passa a ser sua boa amiga quando faz ou desfaz algo? Ridículo. O que realmente importa são os sentimentos que cada fio de cada relação que estão amarrados em seu coração, não quantos nós eles têm, ou a cor que possuem. É lembrar da intensidade dos doces sorrisos que dão quando estão juntos, e não quantizá-los. É saber a dar valor a um pequeno gesto, como um abraço, um olhar carinhoso, um cafuné.
Então, chego a conclusão que não é uma fronteira, um nome, uma classificação que muda o que realmente somos ou sentimos uns pelos outros. Não é só porque chamamos um amigo querido apenas de amigo que ele não possa ser um dos nossos pilares da vida. Não é só porque não andamos com nossos irmãos que não os amamos. Não é só porque um ficante é um ficante e não um namorado que não o amamos. Ou seja, não é só porque uma vez alguem frizou que existe uma determinada fronteira para certas coisas que realmente importa, que realmente signifique algo.
Principalmente porque se estou ficando ou namorando, para mim, no momento, não importa, porque sinto todo carinho que quero e espero passar o mesmo. Também não ligo, e não deverias ligar também, qual imagem passas, se estás te sujeitando a situações difíceis, se corres atrás, se não és CIS, se estás se sentindo trans; porque tudo isso foi taxado por alguém, por uma sociedade que não é tua alma. São barreiras morais banais que passam para nós desde pequenas. Por isso, sempre que quiseres gritar, grite; chorar, chore; ligar, ligue; amar, ame. Não ligue para os outros, nem mesmo para o ser tão importante, sabes que a única pessoa que importa para ti és tu e, sendo assim, a única que pode construir barreiras morais, sentimentais, físicas, mentais, dentre tantas que te cercam, é ti. Lembre o que te disse no começo: fronteiras não passam de acordo bilateral, e, aqui reafirmo: tu contigo mesma. E saiba que sempre haverão seguidores, e, sim, com certeza estarei lá.
Minha fronteira? Não sei onde está, e isso não me incomoda no momento. Tua fronteira? Estás construindo pois posso ler. Nada mais.

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