quarta-feira, 5 de maio de 2010

Relação, Parte 1

Um menino tinha como melhor amigo,
Companheiro, parceiro, um cachorrinho.
Este era muito brincalhão, caloroso e carinhoso.
Era um cão um tanto quanto desligado,
Mas que amava seu dono também.
Podia não estar sempre lá por ele,
Mas sempre que estava lá, lá estava.

Porém o menino teve uma excursão com o colégio.
Uma doce viagens do estilo de acampamento.
O menino, lógicamente, aproveitou ao maximo sua estadia.
Foi em todos os brinquedos, fez vários amigos, até aprendeu a pescar.
Mas sentia sempre falta de algo,
Sentia um grande vazio, mesmo estando tão cheio de alegria.
Estranho, pensava ele. Mas optava por não pensar muito sobre.

Quando voltou para casa, ele finalmente compreendeu que aquele vazio
Era a falta que ele sentia de seu amigão.zQuando se encontraram foi a maior alegria, lambidas na cara,
Gravetos arremezzzzzssados, roupa suja de lama.
Foi Um reencontro e tanto!
Uma semana longe de seu ser tão querido
Pareceu uma eternidade, mesmo que
A felicidade do ambiente fizesse o tempo ir mais rapido.

Por um grande infortúnio do destino,
O menino sentiu que seu amigo estava ligeiramente diferente.
Pelo menos aos seus olhos ele parecia um pouco menos próximo do que costumava ser.
Mas novamente tentou não pensar muito sobre.
Pobrezinho, apenas um menininho não soube controlar seus pensamentos,
Muito menos seus sentimentos.
Ficava imaginando o que havia acontecido naquela semana que se ausentou.
Será que o grande cão foi atraido por alguma cadelinha?
Hmm….Não, ele não. Pensava.
Ele começou a se desconcentrar em tudo que fazia,
Era um mistério e tanto para ele…
Tão, mas tão destraido, que
Um dia caminhando distraido pela casa
Pisou no rabo de seu amigo.

Todos sabemos que uma pisada no rabo de um cachorro,
Dói nele como dói nos homens levar um chute no…
É isso ai…
Deu um berro, saiu correndo e chorando.
Foi um susto e tanto para o cão
Que ele fugiu do lugar que estava.
A priori o cachorrinho ficou intimidado com o ocorrido
Manteve certa distância do menino que tanta gosta
E que tanto dele gosta.
O carinho que o menino tinha pelo seu amigo
Cortou seu coração quando machucou o bichano.
Lógico que, como se gostavam, foram ficando mais próximos.
Mas não como antes.

O menino, muito preocupado, ficava se perguntando
Se um dia voltariam como eram antes,
Ou se era melhor deixar seu amigo
Livre para escolher outro lugar para morar,
Ou apenas para passear pelo quarteirão,
Bairro, zona, cidade, estado,
Para, um dia voltar para sua casa.
Mas, pobre criança, não aguentava
Nem ver o canino passear pela rua.
Sentia um aperto no coração,
Uma tristeza…
O mais estranho para ele era que
Quando, de tempos e tempos, o cachorro voltava
E com ele brincava como antes
Ele apenas esquecia tudo.
Esquecia dos arranhoes que o cão lhe dera,
Das mordidas que sangue tirava de sua pele novata.
Porém este anestésico era apenas temporário,
E assim que o efeito se anulava,
Os sentimentos ruins dele voltavam.
Principalmente quando outras crianças
Circundavam seu cão.
E isso sempre acontecia com muita frequencia,
A final, quem não tem sua atenção presa
Por um cão cativante? (Bisões não contam, raças diferentes.)

Para acabar com esses sentimentos ruins,
O menino brincava com seus carrinhos,
Não eram bichos como seu cão,
Não se moviam sozinhos,
Não lambusavam sua cara com uma baba escrota,
Mas eram o segundo melhor anestésico.
Eram divertidos, ria brincando de bate-bate
Chamavam sua atenção quando o assunto era corrida.
Mas era inevitável,
Bastava uma respirada do cão perto dele
Que ele virava sua atenção para o bichano, tirano.

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