Pensei que nunca amei verdadeiramente. Não digo daquele amor fraternal, ou pela que temos pelos amigos. Estou falando do amor “pela outra metade“. Não estou afirmando também que acredito nessas história de duas metades da laranja ou que também a condeno, só estou dando um exemplo do tipo de amor que estou tratando aqui.
Achava que cada histórinha de romancinhos que se desenrolavam pela minha vida eram apenas sentimentos criados, que aqueciam, mas que não queimavam. Mesmo quando estava no máximo local da relação, quando a maioria (se estivesse no meu lugar) normalmente afirma que a relação é para sempre, “amor eterno”, achava que era um sonho real que logo acabaria. Nunca fui de sonhar também, nem de ter crenças boas, sou o que falam de “pessimismo em pessoa”. Mas sempre prefiro esperar o pior de cada situação, porque assim me preparo para o que der e vier, se não acontecer como espero, é lucro, mas esse ponto de vista não vem ao caso.
Tem uma frase que diz “Aquele que nunca acreditou que o amor era eterno é um idiota”, pelo menos a idéia é assim, provavelmente ouvi com palavras mais bonitas, pomposas, mas eu só lembro de algo assim. Sim, sempre me achei uma idiota.
Mas, como as personagens da Clarice, tive um momento epifânico. Notei que já amei verdadeiramente, alias, notei que ainda amo verdadeiramente. Um amor que nunca havia sentido antes, que eu sinto que é eterno, pelo menos da minha parte. Um sentimento que parece nunca sumir do peito, impregnado, inerente. Um amor pelo qual sacrificaria o que estivesse ao meu alcance para mantes vivo. Um amor que me faz sentir que não conseguiria mais viver sem, que levaria consigo o meu sorriso mais sincero. Por mais que isso possa apenas ser uma ilusão da minha parte, acredito fielmente nesse sentimento, mesmo que ele não seja correspondido.
E notei que desde o surgimento desse sentimento, que para mim permanence um borrão na memória, tenho um medo aterrador de perder o pequeno fio que nos une. Porque esse fio é um fio tão dificil de se tecer, mas tão fácil de destruir. Mas um fio tão precioso para mim, um fio que carrega quase todo o meu lado feliz. Por natureza nunca quis ficar tão dependente de algo assim, mas as coisas são como são. Sofro no silencio, sofro sozinha, sofro por esse amor tão grande. Sim pareço apenas uma mulherzinha cegamente apaixonada, boba, idiota, mas é o que sou. E pensar que o que me fez acordar foi o caco de vidro que cortou meu pé quando o leite foi derramado, por um acidente evitavel. Infelizmente, leite derramado não se toma, copo quebrado vai para o lixo, por mais querido que ele for, está em cacos e não é saudável mantê-lo em casa, vai que o amado também corte o pé com algum caco Escondido? É esse amor que tenho e que vou proteger com todas minhas forças, é o amor que me faz arriscar cortar a mão recolhendo os cacos de vidro. Mas por mais que joguemos fora o copo em pedaços, vamos lembrar que se ele não tivesse quebrado e cortado nossos pés, talvez esse amor tão importante seria perdido por distração. Antes um copo quebrado do que um amor perdido, Thank You Broken Glass for wakeing me up.
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